Indústria da moda e impactos no meio ambiente
Originária de Campinas, estado de São Paulo, ela é uma das precursoras da moda sustentável no Brasil e proprietária da marca que leva seu nome. A moda sustentável ganha cada vez mais visibilidade na América Latina e no Caribe. Longe de ficar parada, a especialista avançou para formar, em 2018, a associação que hoje reúne as principais marcas de moda sustentável da Argentina.
Cada pessoa é única e especial à sua maneira, e devemos valorizar essa diversidade em todas as suas formas. A mídia e a indústria fashion têm um grande poder na definição dos padrões de beleza da sociedade. Infelizmente, muitas vezes esses padrões são inatingíveis e acabam gerando ansiedade, baixa autoestima e distúrbios alimentares em muitas pessoas. Alguns exemplos em que moda e sustentabilidade andam juntos são a ecológica, a vegana e a slow fashion, também conhecida como “moda devagar”.
A roupa como um produto de consumo
A moda vegana é um tipo de moda que se concentra em utilizar materiais que não derivam de animais em suas roupas e acessórios. Isso significa que a moda vegana evita o uso de couro, óculos de madeira pele, seda, lã e outros materiais derivados de animais. Existem alguns exemplos de práticas sustentáveis que ajudam a compreender melhor como a moda e sustentabilidade funcionam.
O nascimento desse espaço coletivo, diz ela, foi uma conseqüência natural de um forte processo pessoal. “Éramos pequenos empreendedores, eu estava diante de um panorama complexo para trabalhar, mas imediatamente tivemos muito apoio”, diz a designer. O modelo também é chamado de slow fashion (moda lenta), porque, como Chávez explica, ele propõe uma produção sustentável, desacelerada, capa moveis externos descentralizada, em pequena escala, local, ecossocial, que respeita os limites biofísicos da terra e mantém as tradições têxteis indígenas. “Moda sustentável é senso comum, é humanidade e é pensar no futuro, porque moda rápida só pensa a curto prazo, esvaziando nossos bolsos e prejudicando nosso meio ambiente”, diz Chávez. “A moda sustentável, por outro lado, busca um equilíbrio.”
Quais são os vilões da indústria?
Atualmente, a indústria da moda é responsável pela produção desenfreada de peças de roupas e calçados que estão em consonância com o mercado global ao abastecer as maiores redes de lojas varejistas, e que se atualizam constantemente lançando novos produtos ao mercado. Estima-se que marcas responsáveis por este abastecimento despejam cerca de 80 bilhões de peças de vestuário por ano. Nesse contexto, os impactos socioambientais inerentes a processos de fabricação passam facilmente despercebidos sob os olhares do consumidor final.
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E não são só os agrotóxicos e pesticidas que afetam a saúde desses trabalhadores. Em nosso post sobre a Fashion Revolution, falamos das péssimas condições que regem as relações de trabalho de parte considerável do setor têxtil e de moda. Para ela, de nada adianta que o produto final seja feito de forma limpa se a matéria-prima vier de processos que causam vulnerabilidade social e incentivam o consumo desenfreado. “Quando falamos de moda, falamos de cultura. A moda sustentável nos leva de volta às nossas raízes e aos nossos começos.” A mudança também é sentida no sul do continente, como evidenciado pela Associação de Moda Sustentável da Argentina.
Sua presidente, Alejandra Gougy, dirige a Cosecha Vintage seguindo os valores ecológicos do novo paradigma da indústria da moda. Segundo o especialista, o Peru diversificou a indústria de algodão sustentável, e o Brasil é uma referência no trabalho com comunidades, artesãos e fibras têxteis de sistemas responsáveis. Segundo Chávez, essa alternativa emergente repensa a questão do vestuário, distribuição, marketing, uso e consumo, promovendo lógicas que colocam o cuidado com a biodiversidade, as pessoas e a vida no centro de seus modelos.
A moda tem um grande impacto social e econômico em diferentes contextos culturais. Em muitos países, a indústria da moda é uma das principais fontes de emprego e renda. Além disso, a moda pode ser uma forma de valorizar a cultura e as tradições locais. Além disso, muitas campanhas publicitárias têm abordado questões sociais importantes, como o combate ao racismo, à homofobia e ao machismo. A moda pode ser uma forma de conscientização e mobilização social, ajudando a promover um mundo mais justo e igualitário. Maggie Marilyn faz parte do número crescente de marcas, que também inclui a Patagonia, Eileen Fisher e Christy Dawn, que está focando em agricultura regenerativa.
Matérias-primas derivadas de animais, muitas vezes, são obtidas por meio de práticas cruéis e antiéticas, como o abate de animais para a produção de couro ou o uso de seda de casulos de bicho-da-seda. Esses resíduos têxteis podem levar décadas ou até séculos para se decompor, ou ainda podem ser incinerados, gerando emissões prejudiciais ao meio ambiente. Além disso, materiais orgânicos como o algodão, o linho, o cânhamo e a seda, que são cultivados sem o uso de pesticidas e herbicidas prejudiciais ao meio ambiente são opções mais adequadas. Iniciativas de moda sustentável com foco local estão se espalhando por toda a América Latina, e o Brasil não é exceção. O relatório também estima que, no mundo inteiro, clientes perdem US$ 460 bilhões jogando fora roupas que poderiam continuar a usar. Se nos concentrarmos no último elo da cadeia, ou seja, o consumo, encontramos uma dimensão que tem a ver com hábitos e práticas que os consumidores podem adotar.